Desafio de Ler a Bíblia toda nessas férias


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Sociedade espera voz das igrejas

(ALC) A primeira foi a decisão do ministro Cesar Peluso no julgamento da lei da ficha limpa, mesmo votando duas vezes para que Jader Barbalho, que responde a processos na Justiça, volte ao Senado. E uma sessão exclusiva para empossar a ministra Rosa Weber, sem que ela tivesse votado, sob o risco de garantir a moralidade do ato.
 
A desfaçatez do ministro exigiu que a posse do senador ficha suja fosse imediata, após o recesso parlamentar, obrigando a uma reconvocação do Senado, além de onerar a nação com direitos e recebimentos do ano em que não trabalhou.
 
A despeito da lei, que deveria cumprir e fazer cumprir, além de mostrar desrespeito pela cidadania, já que esta demonstrou seguidas vezes desejar a moralização do poder público.  A interpretação popular é que, apesar da população querer se livrar dos bandidos no poder, o Poder Judiciário deseja outra coisa.
 
A outra decisão, em forma de liminar, exarada pelo ministro Marco Aurélio Mello, o único nomeado pelo único presidente da República a sofrer impeachment no Brasil e na história moderna, em nome do único poder da República sem legitimidade popular – e portanto incólume à vontade dos cidadãos – impedindo que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão criado para fiscalizá-la, investigue seus membros.
 
Isso levou o ministro Ricardo Lewandowski a entrar para a lista dos suspeitos ao negar a investigação de juízes, impedindo que o nome de 216.800 magistrados fossem submetidos ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), do Ministério da Justiça. Sem transparência.
 
Como sabe a Justiça, a plena liberdade de acesso dos réus – alguns desembargadores – às provas, possibilitará a destruição de provas e a fraude, intocáveis pela blindagem à Corregedoria Nacional da Justiça, criada para tal.
 
Mais complicado que saber da atitude de juízes que, corporativamente, asseguram a impunidade dos colegas em detrimento da sociedade brasileira, é saber que são que mais e melhor sabem dos desvios de conduta, de que só serão julgados por colegas e, pior, que a sentença máxima que receberão é a de serem aposentados com todos os recebimentos intocados.
 
Na verdade, uma premiação para funcionários públicos corruptos, frente à qual a possibilidade de condenação não chega a ser um risco.
 
Por trás de todo o processo de moralização da Justiça, especialmente dos juízes, está a atuação da ministra Eliana Calmon, corregedora Geral da Justiça, que inevitavelmente entrou em conflito com o presidente do STF e CNJ, especialmente porque ela referiu-se em público a “bandidos que se escondem atrás das togas”, vista como uma afronta ao Judiciário e não como o que é, uma denúncia do comportamento de juízes, desembargadores e ministros corruptos, isto sim uma afronta à sociedade.
 
Ocorre que a ministra, por dizer a verdade, alcançou o apoio da sociedade e do Poder Legislativo e o ódio dos colegas corruptos, obrigando às ações vergonhosas, recursos vis utilizados pelo presidente, e recurso comum aos que “precisam” se afirmar, diante da afronta.
O fato de isso ter ocorrido na semana de lançamento do livro “A Privataria Tucana” também é sintomático. O escândalo tem proporções geométricas, alcança dos mandatos da presidência, governadores, prefeitos e outros funcionários. Sem falar na cobertura da GAFE (Globo, Abril, Folha e Estadão), que se confirma no silêncio sobre a obra.
 
Se foi comprada aos milhares para ser destruída, só mudou porque a editora vendeu mais, aumentou a procura e se tornou opção de presente de Natal. Além das versões disponibilizadas distribuídas na internet.
 
Aqui entra o papel das igrejas, provocando o debate da convivência humana, especialmente no que diz respeito à convivência dos interesses diversos, determinando leituras com proximidades em algumas partes e divergências brutais.
 
A contribuição das igrejas vem do fato de também serem elas comunidades humanas, marcadas pela busca do Sagrado, com um mandato e hermenêuticas as mais diversas, que vão desde o sentido da salvação que anunciam, da qual nascem e para a qual existem, até a clareza de que não detêm um discurso absoluto – aprendido a duras penas por algumas, e não aprendidas por outras – causando dor e sofrimento a si e à sociedade.
 
As igrejas, desde a Idade Média e a modernidade, têm séculos de aprendizagem da convivência dos semelhantes e dos diferentes, a partir do evangelho que vê os seres humanos em igualdade, e a elaboração do conceito de graça, indispensável no cristianismo.
 
Esse tema reflete a dificuldade de transigir entre a afirmação de fé e a elaboração da prática, já que a prática mostra se o conceito de graça é apenas formal, sem se comprometer com a humanidade plena, noção a que Dietrich Bonhoeffer chamou de graça barata, em contraposição à graça cara, que vai além dos discursos, busca relações igualitárias, sem negar a todos o que afirma a si (Res-publica).
 
Mas essa situação obriga as igrejas a reverem o seu estatuto ontológico básico, a partir de suas origens europeias e portadoras da mesma discriminação trazidas por suas culturas à sociedade brasileira. O problema é que a reflexão das igrejas deve avançar mais, já que a sociedade avançou décadas em uns poucos anos, e com controles religiosos e ideológicos fragilizados.
 
Os membros das comunidades são apanhados rejeitando propostas como cidadania, direitos humanos, respeito ao diferente, solidariedade com os fracos, fazendo-os descobrir, surpresos, que aqueles eram os valores que deveriam anunciar.
 
Ao se descobrirem identificadas com o mesmo sistema de privilégio que defendem – conscientemente ou não, interna e externamente, incluindo ou excluindo pessoas – e, ao perceberem ser parte do mesmo sistema de privilégios, devem pedir perdão, confessar o pecado e viver de forma a sinalizar um novo caminho para a sociedade, e sendo o melhor exemplo prático da mensagem que anunciam.

Fonte: Ultimato

Natal - O nascimento de Jesus – Lc 2.1-14

“E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” -  Lucas 2:10-11



Sabemos que no Natal comemoramos o nascimento de Jesus. Sabemos também, que o nascimento de Jesus foi planejado por Deus com alguns objetivos para a humanidade. Quero dizer com isso, que não podemos comemorar o Natal sem refletir pelo menos sobre um dos seus objetivos.

Nesta ocasião abordaremos sobre “reconciliação”. Você já pensou nisso? O nascimento de Jesus proporciona reconciliação. Será que as pessoas hoje precisam de reconciliação? O versículo 14 diz: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Preste atenção! Esse versículo fala sobre reconciliação, você consegue discernir? 

O que é reconciliação? Reconciliação é quando um relacionamento quebrado é restaurado. Reconciliação é restauração da paz. Reconciliação é paz na terra.

Nunca haverá paz no mundo enquanto não houver paz nas nações. Nunca haverá paz na nação enquanto não houver paz nas famílias. E nunca haverá paz nas famílias enquanto não houver paz em cada pessoa individualmente. E nunca haverá paz no indivíduo enquanto o Príncipe da Paz não for convidado para reinar no seu coração. Jesus Cristo é o Príncipe da Paz. Veja o que diz Isaías 9.6 mencionando o nascimento de Jesus: “Porque um menino nos nasceu,... E o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Fica claro para nós, que um dos objetivos do nascimento de Jesus é promover paz na terra e paz em pelo menos três sentidos.

Paz com Deus: Se alguém está tentando viver a sua vida sem Deus, então ele estará em guerra contra Deus e precisa de um acordo de paz, de paz espiritual. O apóstolo Paulo diz em Romanos 5.1: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Paz de Deus: Jesus veio nos trazer paz emocional, paz interior, que acontece quando estabelecemos paz com Deus. Se tivermos paz com Deus, teremos paz conosco mesmo. Ou seja, a paz de Deus invade o nosso coração no momento em que fazemos as pazes com Ele. Nossa paz só vai acontecer quando nos relacionamos, conhecemos e aprendemos a confiar e descansar Nele. É isso que Paulo quer dizer em Fp 4.6-7: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”.

Paz com os outros. A paz que Jesus veio trazer é paz espiritual, é paz emocional, mas é também paz relacional. Ele veio trazer reconciliação entre os homens, entre famílias, entre pais e filhos. Paulo também diz em 2 Co 5.18-20: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus.”

E outras palavras, Deus nos tem dado tanto um ministério quanto uma mensagem da reconciliação, para que cada um de nós, tendo recebido a paz com Deus e paz de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, possamos agora ajudar as pessoas a encontrarem paz com Deus, a paz de Deus e paz com os outros.

Concluindo, digo que uma das maiores necessidades do mundo, do nosso país e da maioria das famílias são paz e reconciliação. Esta é a mensagem do Natal, do nascimento de Jesus: Paz na terra e boa vontade entre os homens. Que Deus te abençoe muito nesse Natal. Que você desfrute de muita paz com Deus, consigo mesmo e com todos que você se relacionar nesses dias.

Pr. Márcio Alves de Oliveira
Integrante da equipe pastoral da Igreja Presbiteriana do Cariru e responsável pela Congregação Ebenézer