A tragédia do Rio poderia ser evitada

“Um colono de Untervatz (suíço imigrante chegando ao Brasil em 1852) resolveu questionar o Sr. Jonas, administrador da fazenda de Ibicaba, sob tal norma e recebeu a seguinte resposta: “O Sr. deve saber que agora está no Brasil”. Em outras palavras, isso poderia ser assim expresso: “O Sr. deve saber que nesta terra não damos valor as normas, senão quando elas nos favorecem…” ou “eu interpreto o contrato a minha maneira, pois tenho autoridade para isso…”. Fonte: CSOnline – Revista Eletrônica de Ciências Sociais Ano 2, Volume 5, Dezembro de 2008.
A triste conclusão a que chegamos, lendo o texto acima e o artigo abaixo é que: (1) políticos demagogos e governos populistas provocam mortes – que poderiam ser evitadas – no médio e longo prazo; (2) continuamos não dando valor às normas, sempre dando um “jeitinho” para tudo (3) as deficiências do nosso sistema educacional alienam as pessoas que poderiam cobrar mais ações preventivas dos governantes em todos os níveis; (4) pagamos altos impostos, mas os governos em geral são perdulários e gastam muito mal os recursos; (5) o número de mortes na enchente da Austrália (de maior intensidade), comparado com as do Rio é uma prova irrefutável desses fatos.
“Clima não pode justificar falta de ação contra enchentes, diz especialista FONTE: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2011/01/14/65160-clima-nao-pode-justificar-falta-de-acao-contra-enchentes-diz-especialista.html
O aumento da incidência de chuvas em consequência das mudanças climáticas globais não pode servir de desculpa para os governos não agirem para evitar enchentes, na avaliação de Debarati Guha-Sapir, diretora do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres (Cred), de Bruxelas, na Bélgica.
“Não é possível fazer nada agora para que não chova mais. Mas temos que buscar os fatores não ligados à chuva para entender e prevenir desastres como esses [das enchentes no Brasil e na Austrália]“, disse ela à BBC Brasil.
“Dizer que o problema é consequência das mudanças climáticas é fugir da responsabilidade, é desculpa dos governos para não fazer nada para resolver o problema”, critica Guha-Sapir, que é também professora de Saúde Pública da Universidade de Louvain.
Dados – O Cred vem coletando dados sobre desastres no mundo todo há mais de 30 anos. Guha-Sapir diz que os dados indicam um aumento considerável no número de enchentes na última década, tanto em termos de quantidade de eventos quanto em número de vítimas.
Segundo ela, as consequências das inundações são agravadas pela urbanização caótica, pelas altas concentrações demográficas e pela falta de atuação do poder público.
“Há muitas ações de prevenção, de baixo custo, que podem ser adotadas, sem a necessidade de grandes operações de remoção de moradores de áreas de risco”, diz, citando como exemplo proteções em margens de rios e a criação de áreas para alagamento (piscinões).
Para a especialista, questões como infraestrutura, ocupação urbana, desenvolvimento das instituições públicas e nível de pobreza e de educação ajudam a explicar a disparidade no número de vítimas entre as enchentes na Austrália e no Brasil.
“A Austrália é um país com uma infraestrutura melhor, com maior capacidade de alocar recursos e equipamentos para a prevenção e o resgate, com instituições e mecanismos mais democráticos, que conseguem atender a toda a sociedade, incluindo os mais pobres, que estão em áreas de mais risco”, afirma.


Beto Por Beto, 14 de janeiro de 201
Fonte: Alma Carioca


LEIA MAIS SOBRE O ASSUNTO:











0 Responses