Burnout afeta a vida das pessoas

Esgotamento profissional entra na pauta de especialistas 
e gestores de RH
Conhecida como “síndrome do esgotamento profissional”, o burnout provém do estresse crônico, exaustão e sofrimento psíquico relacionado ao trabalho e tem sido discutida em grupos de RH ligados à Associação Brasileira de Recursos Humanos, interessados em saber mais sobre o impacto que a quantidade cada vez maior de trabalho tem na saúde dos funcionários.


De acordo com a Dra. Regina Montelli, psicóloga cognitivo-comportamental, sócia do Núcleo De-Estresse, algumas da causas que facilitam o surgimento do burnout seriam: excesso de demandas do trabalho e falta de recursos para suprir as demandas; ambiente inadequado; dificuldades de manter relacionamentos interpessoais; assédio moral; normas institucionais rígidas; mudanças frequentes; e diferença entre valores pessoais e valores da empresa.



“O burnout tem implicações socioeconômicas devido ao absenteísmo, à queda de produtividade e pode levar ao abandono do trabalho por incapacitar a pessoa em termos emocionais e físicos, pois aumenta o risco de doenças pela alteração fisiológica proveniente do estresse crônico e o risco de suicídio”.

Segundo a doutora, a síndrome do esgotamento profissional integra a Lista de Doenças Profissionais e Relacionadas ao Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão ligado às Nações Unidas e se manifesta como: fadiga intensa, falta de forças para enfrentar o dia de trabalho e sensação de estar sendo exigido além de seus limites emocionais; distanciamento emocional e indiferença em relação ao trabalho ou aos clientes; e diminuição da realização pessoal e falta de perspectivas para o futuro, frustração e sentimentos de incompetência e fracasso.

Entre os sintomas ou sinais de que a pessoa pode estar sofrendo um burnout estão: insônia, ansiedade, dificuldade de concentração, alterações de apetite, irritabilidade e desânimo, além de alterações fisiológicas como perda de memória, gastrite, hipertensão etc.

Para a doutora, “a melhor maneira de evitar o burnout é ter boa qualidade de vida e bem estar. Investir e estabelecer metas para todas as áreas da vida, seja no terreno familiar, nos relacionamentos de amizade e íntimos, na parte de lazer, no setor financeiro e também no setor profissional, sem ficar obcecado por este último. É claro que a pessoa também deve alimentar-se de maneira saudável, fazer atividade física moderada, praticar relaxamento (reaprendendo a respirar) e técnicas de meditação e procurar atividades prazerosas”.

“Muitas vezes nós mesmos produzimos ou intensificamos o estresse. É importante substituir as demandas, exigências em relação a si, aos outros e ao mundo por preferências e desejos. Trabalhar o comportamento assertivo, aprendendo a dizer não quando necessário. Colocar limites para si mesmo de horário de trabalho. Ao sair do trabalho ‘desligar-se’ dos problemas e tarefas dedicando-se a outras atividades ou simplesmente relaxando”, conclui a doutora Regina, aconselhando às pessoas a procurar ajuda profissional especializada aos primeiros sinais de estresse.

Rita Palladino
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