Uso correto da palavra porquê ainda provoca dúvidas em muita gente

Todo mundo já teve dúvidas de como escrever essa palavrinha. O mestre Fernando Pessoa mostra que a reforma não mudou nada no uso do porquê. E o professor Sérgio Nogueira explica todas as regras.




Por que junto? Por que separado? Por que com acento? Tantas são as nossas dúvidas no uso da gramática da língua portuguesa.... Estamos sós nas nossas incertezas?

“Por que que a gente coloca no final da frase com acento circunflexo?”, diz a assistente social Karina Vieira.

“Eu não sei o porquê separado e o porquê junto com acento, não lembro...”, admite a estudante Carla Lima Silva

“Gera várias dúvidas, mas acho que não só em mim. Várias pessoas que escrevem a palavra porquê, ficam se perguntando: será que esse porquê é separado? é com, é sem acento, é junto, é complicado”, admite a professora Eliana da Silva.

Mas há entre a multidão vacilante, atormentada com os quatro tipos de porquês, alguém que tem certezas.
“Você faz o porquê separado na pergunta e junto na resposta. Quando pode substituir por pelo qual, escreve separado. E o acento quando termina a frase, quando depois do que vem um ponto final. Esse que tem um acento circunflexo em cima”, explica o professor Caio Galhardi.

Fernando Pessoa parece estar sempre certo. É bom aprender com ele, incansavelmente, o porquê e os porquês do português na frase escrita na areia: "Louco sim, louco porque quis grandeza...", escreve. O porquê está junto porque dá uma explicação.

O poema é identidade, tem a cara do poeta. E o porque vem separado quando aparece no sentido de por qual razão:
"Pobre velha música! Não sei por que agrado,
enche-se de lágrimas meu olhar parado”
Quando as letras se embaralham e a gente se atordoa entre as dúvidas e as regras, o que nos salva é o conselho do poeta:
"Copiaste? fizeste bem.
copia mais, sem canseira.
copia, pilha, retém...
é a única maneira
de não escreveres asneira."

Fonte: Bom Dia Brasil-Globo.com
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