“Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados, e nos confiou a palavra da reconciliação” (2 Co 5.19)
O homem pecou e afastou-se de Deus. Deu as costas para Ele e tornou-se rebelde e inimigo de Deus. Passou a adorar a criatura em lugar do Criador. Chegou mesmo a desistir de Deus, mas Deus não desistiu dele.
O ofendido (Cristo) tomou a iniciativa de buscar o ofensor (homem) na maior de todas as operações de resgate. Começa aqui a mais linda história da reconciliação.
A grande mensagem da Bíblia pode ser resumida assim: “Mas todas essas coisas procedem de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo [...], não levando em conta os pecados dos homens [...]. Daquele que não tinha pecado Deus fez um sacrifício pelo pecado em nosso favor, para que Nele fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.18,19,21).
O resgate do homem perdido custou muito caro para Deus. A salvação é de graça, mas não é barata. Ela custou tudo para Deus. Custou a vida de seu próprio Filho. Uma tríplice transação foi feita para consumar esse resgate. Essa foi, com absoluta certeza, a maior transação comercial da história.
Em primeiro lugar, Deus não lançou em nossa conta a nossa dívida (2 Co 5.19).
A Bíblia diz que somos pecadores e que o pecado faz separação entre nós e Deus (Is 59.2). Para reconciliar-nos consigo mesmo, Deus não podia lançar em nossa conta a nossa própria dívida. O pecado é como uma dívida impagável que temos com Deus.
Jesus contou a parábola do credor incompassivo para dizer que essa dívida que temos com Deus pode ser avaliada em 10 mil talentos, ou seja, aproximadamente 350 mil quilos de ouro (Mt 18.23-34). No século 1, um judeu jamais poderia dever tanto. O salário naquela época era 1 denário por dia. Para ajuntar tamanho valor, um homem precisaria trabalhar 150 mil anos!
Com isso, Jesus está mostrando que jamais podemos quitar nossa dívida com Deus. Jamais podemos cumprir as exigências da lei de Deus e as demandas de sua justiça. A lei é perfeita, mas nós somos imperfeitos. A lei é santa, mas nós somos pecadores. Apesar do nosso débito impagável, ou seja, das nossas transgressões, Deus não lançou em nossa conta essa dívida impagável.
Em segundo lugar, Deus lançou na conta de Cristo a nossa dívida (2 Co 5.21).
Deus é justo e não pode fazer vista grossa ao pecado. Ele não inocenta o culpado. O salário do pecado é a morte; e a alma que pecar, essa morrerá. Agora, se Deus não lançou nossa dívida em nossa conta, lançou-a na conta de quem? Surpreendentemente, lemos: “Daquele que não tinha pecado Deus fez um sacrifício pelo pecado em nosso favor...” (2 Co 5.21).
Cristo veio ao mundo como nosso representante, fiador e substituto. Quando Ele foi pregado na cruz, Deus pegou todo o nosso débito e lançou-a em sua conta. Ele foi feito pecado e maldição por nós. Deus fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi ferido pelos nossos pecados e traspassado pelas nossas transgressões. Naquele momento, não havia beleza Nele. O próprio sol escondeu seu rosto dele e houve trevas ao meio-dia.
A multidão enfurecida escarnecia Dele. Seus discípulos o abandonaram. O próprio Pai o desamparou. Naquele momento, todas as nossas mazelas foram transferidas da nossa conta para a conta Dele. Mas, longe de sucumbir na cruz, Jesus pegou o escrito de dívida que era contra nós, anulou-o, riscou-o e o encravou na cruz, dando um grande brado:
τετέλεσται – “Está consumado!”. Ou seja, está pago, quitado!Em terceiro lugar, Deus lançou em nossa conta a justiça de Cristo (2 Co 5.21).
Deus faz, então, a terceira transação em nosso favor. Depois que Cristo pagou nossa dívida na cruz, Ele fez uma transferência de crédito para a nossa conta. Ele depositou em nossa conta toda a infinita justiça de Cristo (2 Co 5.21).
Toda a justiça de Cristo foi creditada em nossa conta. Quando Deus olha a nossa conta no banco celestial, não vê mais débito algum. Ao contrário, vê um crédito de valor infinito. Todos os méritos da justiça de Cristo nos pertencem. A Bíblia diz que, agora, não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1).
É como se nunca tivéssemos cometido um pecado sequer. Nossa ficha está limpa. Nosso crédito, absolutamente positivo. Temos um valor infinito para Deus. Ele comprou-nos não com ouro ou prata, mas com o sangue do seu Filho. Esse foi o preço da sua reconciliação com Deus. Ele já provou o seu amor por você, dando o seu Filho para morrer em seu lugar! Valorize a glória da cruz, e esta que foi a maior transação do universo.
Nele, que triunfou na cruz
Pr Marcelo Oliveira
Fonte: A Supremacia das Escrituras
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