Aborto: aborte essa idéia




Qui, 23 de Setembro de 2010 11:21

SANTOS (São Paulo) - Não deixe essa ideia crescer e se desenvolver dentro de seu coração. A triste e chocante história da francesa Dominique Cottrez, noticiada recentemente pelos jornais do mundo, que matou oito filhos recém-nascidos, é um retrato real do pensamento que procura dominar nosso tempo. O que me preocupou em demasia foi o curto tempo de duração em que a indignação da sociedade perdurou ao tomar conhecimento desse fato. Essa Cultura da Morte vai aos poucos dominando nossas almas e mentes.


A biologia e não a religião diz que a vida começa na concepção. A diferença entre nós e um óvulo fecundado é simplesmente uma questão de tempo e nutrição. Do ponto de vista teológico a Bíblia nos relata no Salmo 139 que Deus nos vê no ventre de nossa mãe “a substância ainda informe” e conta os nossos dias. Muitos textos bíblicos falam dos profetas como que escolhidos e “cheios do Espírito Santo” desde o ventre materno. Em Êxodo 21, a Bíblia relata um princípio em que se alguém por descuido provocar um aborto e a criança morresse, ele também deveria morrer, “vida por vida”.

A falácia da filosofia pragmática de que é preferível abortar uma criança ao invés de deixá-la abandonada e sem amor no mundo e na sociedade é o mesmo que pensarmos que crianças crescidas que perdem por alguma razão seus pais e não possuam nenhum familiar disposto a acolhê-las deveriam então ser sumariamente executadas. Afinal, já que o critério é o “amor e o cuidado”, se estes forem perdidos... Se o critério de quem deve viver ou não é o ser amado e educado estamos em dificuldades.

Outro argumento usado por abortistas é o número de abortos ilegais que são realizados no Brasil e o números de adolescentes e jovens que morrem por causa dessa prática. O aborto seria uma questão social e de saúde pública e não religiosa. Por isso a necessidade de sua legalização. Se usarmos essa mesma lógica, para os milhões de viciados em crack de nosso país, que também morrem, deveríamos legalizar seu uso então? Essa é a melhor solução? Por que não investir de fato em prevenção e educação?

A ideia de que a mulher pode dispor de seu corpo como bem entender deve ser compreendida na perspectiva de que o ser humano gerado no ventre de uma mulher é um ser independente. Tanto é verdade que se por alguma razão um óvulo fecundado de pais negros fosse transplantado em uma “barriga de aluguel” de uma mãe branca, ele continuaria com as características dos seus pais biológicos e assim vice versa. Se você conversar com alguém que praticou um aborto verificará que, consciente ou inconscientemente, ela carrega uma carga tremenda de culpa. Estudos revelam que mulheres que praticam abortos sofrem mais de depressão. Aborto faz mal à mulher não apenas física, mas também emocionalmente.

As duas condições que a lei brasileira abriga a idéia de aborto são o risco de morte da mãe ou a questão do estupro. Essas duas condições representam um índice muito pequeno na estatística do aborto. O que se pretende é a extensão dessa prática que possa abrigar abortos gerados na promiscuidade permissiva e irresponsável dos nossos tempos, mesmo diante de tantos expedientes anticonceptivos legais que existem.

O aborto na verdade é uma violência contra o mais fraco e indefeso. O mais forte dispõe da vida do mais fraco, pois sua presença atrapalharia planos e projetos pessoais e familiares. Milhões de vidas são estraçalhadas em clínicas de aborto ou vão parar na rede de esgoto vítimas de medicamentos que tornam o aborto cada vez mais invisível à sociedade, mas nem por isto menos nocivo. O real problema é diminuir o valor intrínseco de uma vida humana, deixando-a à mercê de critérios subjetivos tais como a viabilidade fora do útero da mãe, ou se o nascituro já sente dor, ou a simples escolha da mãe.

Estamos às portas das eleições de novos legisladores, algo que acontecerá dentro de poucos dias. Escolha alguém comprometido com a vida e não com a morte.

Reverendo Milton Ribeiro
Pastor da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração -Santos SP
Fonte: LPC Comunicações
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