Jovens abraçam campanha política e deixam vestibular e namoro em segundo plano

Existe uma turma que, nos próximos meses, vai ralar muito, ter vida social restrita, namorar pouco, gastar a garganta para convencer pessoas com opiniões diferentes das suas e, por incrível que pareça, estará feliz com isso.


É a galera que vai arregaçar as mangas para ajudar nas campanhas dos candidatos à Presidência Nas eleições deste ano. 

Alguns vão contribuir de maneira simples, divulgando as propostas dos candidatos nas escolas ou mesmo tentando convencer os amigos a darem a eles os seus votos. Os mais engajados, no entanto, vão fundo no lance. 


É o caso do estudante João Antônio Cardoso, 17. Membro da Juventude do PSDB, durante toda a campanha ele vai bater cartão no comitê central do partido, em São Paulo. E o expediente não é para qualquer um.

"Saio direto da escola e venho para cá. Se precisar virar a noite aqui, tudo bem", diz.


INTERNET
Numa eleição em que todos os candidatos estão apostando alto na internet como ferramenta de comunicação, ficou bem mais fácil para os jovens participar.

"Fico ligada o dia inteiro no Orkut e no MSN. No Twitter, coloco um 'Vote Marina', e meus seguidores vão atrás e saem espalhando para os seguidores deles", diz a estudante Danielly Sampaio, 16.
"Acho que estas eleições serão o "tudo ou nada" nos jovens", aposta a estudante.

O cientista político Marco Aurélio Teixeira, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), avalia que está aí a grande novidade desta campanha.

"Estas ferramentas eletrônicas, como o Twitter, dão uma resposta imediata e uma possibilidade de conversar diretamente com o candidato", explica. "Isso seduz muito o público jovem", acredita.
Apesar de a internet ter levado a garotada para uma posição de destaque, o número de jovens que vai efetivamente votar diminuiu.

Segundo levantamento do Tribunal Superior Eleitoral, dos mais de 135 milhões de eleitores que vão às urnas no próximo dia 2 de outubro, 2,4 milhões têm 16 ou 17 anos, faixa em que o voto é opcional. Isso representa uma queda de quase 7% em relação às últimas eleições, em 2008.

"Pode ser sinal de desmotivação para atuar na política via voto", avalia a socióloga Anna Luiza Salles Souto, coordenadora do Instituto Pólis, que realiza pesquisas sobre a participação dos jovens na política.
"Mas não é verdade que o jovem está desconectado. Existem várias formas de manifestação e de participação. O voto é apenas uma delas."

O Folhateen conversou com estudantes engajados que vão votar nos quatro principais candidatos à Presidência para saber como vai ser sua participação, o que acham da força da juventude nestas eleições e o que pensam sobre quatro questões polêmicas: descriminalização das drogas, legalização do aborto, união civil entre pessoas do mesmo sexo e cotas raciais nas universidade.

Apesar de defenderem pontos de vista diferentes, todos têm duas certezas em comum: acreditam que seu trabalho vai fazer muita diferença e que o seu candidato é quem vai ser o próximo presidente do Brasil.

FABIANA GODOY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

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Fonte:  Folhateen
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